segunda-feira, 25 de junho de 2012

XXXVII Festival de Folclore de Glória do Ribatejo

Mais um ano se passou e eis que chegou a altura de levarmos a cabo mais uma grande iniciativa de promoção da cultura gloriana - XXXVII Festival de Folclore de Glória do Ribatejo. Este corresponderá com certeza ao ponto alto de um extenso e exigente plano de atividades que, de janeiro a dezembro, traz ao de cimo os aspetos mais caraterísticos desta comunidade.

Este ano assinalamos mais uma data especial que, obrigatoriamente, nos lembra um percurso que só foi possível, graças à dedicação e empenho de muitas gerações de glorianos que por este grupo passaram. Falamos do 50º aniversário da sua integração na Casa do Povo que, muito embora já não tenha o interesse institucional que teve até há uns anos atrás, não pode, de facto, ser esquecido. 27 de Agosto de 1962 foi a data escolhida para oficializar a existência deste grupo que, desde 11 de Junho de 1956, se apresentava como embaixador quase espontâneo desta cultura singular. Por isso mesmo, ao mesmo tempo que assinalamos o 56º aniversário da sua existência, devemos lembrar a data da integração na Casa do Povo, pois muitos são aqueles que a recordam como um momento assinalável das suas vidas. Falamos do rancho infantil que, pouco tempo depois, viria a emocionar um júri pela sua singeleza, humildade, mas, sobretudo, pela sua riqueza etnográfica, trazendo consigo um primeiro prémio, alcançado no Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, em 1965. Naturalmente que esta evocação não terá outro espírito que não seja o de olhar um percurso meritório, já que o folclore a prémio é coisa de outros tempos e não cabe na conceção dos dias de hoje. Não há bom nem mau folclore, mas tão só folclore. A distinção faz-se pela seriedade do trabalho desenvolvido, o qual requer investigação e método.

Seriedade, investigação e método são os três grandes pilares que sustentam a atividade deste coletivo e, este ano, mais do que nunca, damos um enfoque especial à pesquisa. Esse é mesmo o tema anual, em torno do qual se tem desenvolvido o plano de atividades. Com o intuito de conhecermos o melhor possível a nossa história, temos privilegiado o contacto com a população, desvendando costumes ainda desconhecidos, histórias de vida, peças invulgarmente ricas, enfim, toda uma panóplia patrimonial que não se esgota no tempo. É esta riqueza invulgar que nos alimenta a alma, nos impulsiona e apaixona! E não se pense que isto são coisas de gente mais velha! Esta paixão atravessa todas as gerações!

Será este o segredo do sentir identitário?

Texto: Rita Pote