sábado, 17 de dezembro de 2011


Alves Redol - 100 anos / Manel Bonitinho - 100 velas

Nasceu em 29 de Dezembro de 1911, o escritor vilafranquense que viria a marcar definitivamente a introdução de uma nova corrente literária, em Portugal: o Neo-Realismo. Embora curta, a sua vida foi intensamente preenchida pela força do seu caráter e entrega incondicional às raízes do povo. Morreu em 29 de Novembro de 1969.
Dotado de uma sensibilidade e curiosidade invulgares, cedo se dedicou à escrita (com apenas 15 anos), redigindo artigos para o semanário regional “Vida Ribatejana”. Atento aos problemas e desigualdades sociais, embrenha-se cada vez mais em atividades diversas, sempre com o intuito de conhecer, divulgar e denunciar o sofrimento de muitos, por via das suas condições de vida. Torna-se ativista político, anti-salazarista, é perseguido e preso pela polícia política.
A sua produção literária é muito vasta e diversificada, tendo-se dedicado aos estudos etnográficos, ao romance, ao teatro, ao conto e até à literatura infantil. Contudo, é a partir de 1938, data em que publica Glória - Uma Aldeia do Ribatejo que o seu desígnio de se dedicar definitivamente à literatura se fixa. Permaneceu na Glória por largos meses, em 1936, onde encontrou matéria fértil na sabedoria popular e singularidade daquela comunidade, tendo-se apaixonado de vez pelas coisas do povo, ao mesmo tempo que preenchia a sua alma inquieta de artista: “Em todos os meus livros há sempre uma busca e há sempre uma experiência. Tenho uma visão do mundo, como é natural num homem que também é escritor. Conheço, por outro lado, o nosso país e muitos dos seus problemas essenciais, convivo com outros homens tanto quanto posso, fazendo uma experiência ativa. Quero dizer com isto que não espero exclusivamente que a vida me entregue os seus frutos…”
É aqui que se encaixa a história do ti Manel Bonitinho. Nasceu na Glória, também em Dezembro, “no dia 27, uma quarta feira, ó pantar da mannhã, assim dizia a minha mãe”. Não é uma figura célebre como Alves Redol, mas está ainda entre nós (faz 100 anos) para nos deliciar com as histórias que também encantaram o autor. O ti Manel Bonitinho, homem de fraca estatura, deve a sua alcunha ao facto de, em jovem, ser um belo rapaz, como atestam as fotografias. A sua estatura em nada corresponde ao grande homem que efetivamente foi. Cingeleiro de profissão, viveu todas as agruras de um tempo difícil, numa terra dura e pedregosa, sempre a reclamar pela charrua. Hoje, com 100 anos, ainda vive em sua casa (assistido obviamente pela família), mas não foi há muitos anos que deixou de ir de bicicleta, da Glória a Salvaterra, tratar dos seus próprios assuntos, nas Finanças ou em qualquer outro lugar. De memória prodigiosa, recorda muito mais facilmente os tempos de seus avós do que propriamente a vida dos filhos pequenos (talvez porque a natureza humana nos preserve do sofrimento e em seu lugar faz vir ao de cima o tempo de outros afetos). Mostrou-se um extraordinário colaborador e grande conversador, na altura em que nos fizemos ao caminho para a produção de Glória, Cem Anos a Preto e Branco, pois foram muitas as histórias que nos contou, as dúvidas que esclareceu e vieram de sua casa algumas das fotografias presentes na obra.
Não sendo possível prestar-lhe outra homenagem, aqui fica o registo da nossa lembrança, em jeito de parabéns e do respeito que lhe devemos (símbolo de todos os outros que aqui não referimos). 













Texto:. Rita Pote

segunda-feira, 27 de junho de 2011

36º Festival de Folclore de Glória do Ribatejo



No próximo dia 2 de Julho, Glória do Ribatejo estará em festa. O motivo prende-se com um programa que dá voz às tradições glorianas, as quais, pela sua singularidade, têm merecido da parte da Associação Rancho Folclórico da Casa do Povo de Glória do Ribatejo um longo e aturado trabalho de pesquisa, estudo, preservação e divulgação.

O Festival de Folclore de Glória do Ribatejo que, este ano, já conta com a 36ª edição é uma das formas mais interessantes de divulgar essas características sui generis. Trata-se de um programa que não se limita ao traje, canto e dança, mas a todo um conjunto de outros elementos que espelham a identidade da terra. Abordando um tema diferente todos os anos, desta vez, as atenções viram-se para a fotografia a preto e branco, a partir da qual se desenrolará o evento.

Como sempre, a população é envolvida na programação, pelo que se espera um cortejo com muito interesse, bem como um público assistente em número bastante considerável.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Glória - Cem Anos a Preto e Branco




A Associação Rancho Folclórico da Casa do Povo de Glória do Ribatejo vai levar a efeito, no próximo dia 10 de Junho/2011, a publicação de Glória - Cem Anos a Preto e Branco.
Trata-se de um trabalho de pesquisa que contempla cerca de 300 fotos identificadas, comentadas e datadas. As imagens respeitam a um período temporal que atravessa todo o século XX e a primeira década deste século, em que podemos observar um conjunto de pormenores elucidativos da vida gloriana, como hábitos e costumes, trajes, ambiências, arquitectura, etc. Esta edição contém ainda um conjunto de textos sobre temáticas diversas, ditadas pela própria fotografia, que se constituem como mais um contributo para o conhecimento da história local e da região.
Dado o interesse público do projecto, o mesmo é apoiado pela Junta de Freguesia de Glória do Ribatejo e Câmara Municipal de Salvaterra de Magos.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Folclore


Folclore é um género de cultura de origem popular, constituído pelos costumes e tradições populares transmitidos de geração em geração. Todos os povos possuem suas tradições, crendices e superstições, que se transmitem através de lendas, contos, provérbios, canções, danças, artesanato, jogos, religiosidade, brincadeiras infantis, mitos, idiomas e dialetos característicos, adivinhações, festas e outras atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Casamento


O casamento, na Glória, foi sempre, desde que há memória, o final de um ciclo e o início de outro. O namoro, por vezes, longo, que antecedia o casamento, era um processo que tinha os seus rituais, absolutamente convencionados e, por consequência, aceites pela sociedade. A transgressão às regras estabelecidas redundava, por norma, em punição para a mulher e nunca para o homem. Assim sendo, a questão do namoro era muito mais vivenciada pelas mulheres, no que se refere ao zelo pelas mesmas regras.
A partir do momento em que um rapaz “se dava” a uma rapariga (o conceito de dar-se significava “ter interesse por”) as famílias de ambos iniciavam uma caminhada de aproximação progressiva, fazendo tudo para agradar uma à outra e, sobretudo, ser merecedora uma da outra.
Em termos de relacionamento, as gentes da Glória não se envolviam com outras, muito menos, no que respeita ao namoro e casamento. Um dos primeiros casamentos acontecidos na Glória, em que um dos noivos era de fora, ocorreu na década de 50. Foi considerado excepção e, por isso, a moda não pegou. Este carácter restritivo das relações sociais vivia-se inclusivamente dentro da própria comunidade: os sarapatelos não se intrometiam na vida dos serrotes e vice-versa. Aqueles viviam dependentes das terras e do gado e pouco saíam. Estes ganhavam o pão, trabalhando para outrem. Em termos geográficos, um simples ribeiro separava uns dos outros. Até nos bailes havia separação. A data do casamento não era marcada em função das condições que o casal tivesse reunido para esse fim, mas porque tinha “chegado a altura”. Com o casamento, o casal iniciava, assim, uma luta por conseguir o máximo, de modo a construir a sua “casinha”. Então, quanto mais cedo se fizesse o casamento, mais facilmente alcançaria a sua meta. Como tal, os recém-casados ficavam a viver, geralmente, em casa dos pais dela. O casamento era uma ocasião muito ansiada, não só pelos noivos, por razões óbvias, mas também pela família, convidados, vizinhos, crianças, etc.. Era uma oportunidade de rara fartura de tudo (se é que se pode falar de abundância): comida, divertimento, descanso, roupas vistosas… Para se ser rigoroso, é forçoso que se assinalem diferenças significativas, consoante as épocas. Também não é de admirar que o período temporal a que nos referimos vá até ao final da época de 60, princípio da de 70 (sec. XX), pois, na Glória, só após o 25 de Abril, se começaram a desvanecer algumas das tradições mais enraizadas. Do princípio do século XX até aos anos 40, poucos relatos conseguimos. Soubemos, no entanto, que a pobreza era grande e, por isso, as vontades maiores do que as festas. A grande festa centrava-se no fato da noiva, confeccionado, muitas vezes, por ela própria, pela mãe ou por uma mulher chegada à família que evidenciasse dotes reconhecidos. Comprava-se o tecido de risca-de-seda, fitas, rendas, o lenço de cachené e o xaile turco, na feira de Coruche. Da indumentária da noiva, há ainda a referir os sapatos grossos (que pouco tempo se mantinham nos pés, por falta de hábito), os brincos à cabaça, o cordão e as pregadeiras de oiro. O fato era composto por duas peças – saia rodada até aos pés e casaco da mesma cor – talvez para se parecer com um vestido. As cores mais frequentes eram a“cor-de-canela” e o azul. O lenço da cabeça era disposto de forma solta, a imitar um véu. O noivo, também mais vistoso do que o habitual, vestia fato, composto por calça, colete e jaqueta da mesma cor (preto ou castanho), cinta de cetim e uma camisa mimosa de risca-de-seda (branca, cor-de-limão, azul clarinho…), de peitilho. Ao peito evidenciava relógio de bolso e respectivas correntes de ouro. Em vez do barrete, um chapéu preto, sapatos grosseiros e um cajado, de que nunca abdicava, em ocasião alguma. A cerimónia realizava-se em Muge, freguesia a que a Glória pertenceu e que se situa a 10 quilómetros. A noiva fazia o percurso a pé ou de burro e o noivo, atrás, de cajado na mão. Enquanto isso, em casa, decorriam os preparativos para a boda: em volta de grandes alguidares de barro, as mulheres migavam a couve que haviam de juntar ao grão e às carnes caseiras – de cabra, carneiro, porco, galinha, que já estavam a cozer em lume de lenha. De véspera, tinha-se feito meia dúzia de bolos duros. A festa decorria ao longo de dois dias: um, em casa dos pais dela, outro em casa dos pais dele. Sabe-se que o divertimento era grande. Armava-se um bailarico, animado por vozes femininas, por conjuntos de gaitas, um harmónio, uma concertina, conforme os casos.
A década de 50 introduz grandes novidades. Um facto aparentemente tão simples como a prática do serviço religioso com alguma regularidade, na capela da Glória, arrasta consigo uma série de alterações. As deslocações a Muge já não são necessárias (só o faz quem quer), poupando-se tempo e esforços, que revertem a favor da festa de casamento. Pegam em moda, nesta altura, outros rituais que passam a constituir motivo de grande espectacularidade para toda a comunidade. A festa começa cedo com o “mata-bicho”. Há bolos secos (pão-de-ló, bolo branco, bolo de erva-doce) e arroz-doce duro, pão, conduto, vinho e bebidas finas, que tinham sido oferecidas pelos convidados – homens. A esta hora os convidados estão quase todos reunidos, em casa do noivo, pois segue-se um cerimonial que consiste em ir buscar a noiva a casa da madrinha. Segue, então, de casa do noivo, um cortejo, em que cada um ocupa uma posição pré-estabelecida: à frente, em lugar de destaque e em pose autoritária, vai o pai de cada um dos nubentes. Logo atrás, os padrinhos que ladeiam o noivo. De seguida, o tocador e os convidados. A concertina entoava uma marcha que animava de diferentes maneiras quem a ouvia: uns emocionavam-se, outros começavam aí a sentir a euforia do divertimento, mas uma das suas funções mais importantes era o anunciar que havia casamento. Ao ouvir a concertina, toda a gente corria para ver passar o cortejo – homens, mulheres e crianças. Estas iam sempre atrás. Chegando-se a casa da madrinha da noiva, onde esta aguardava, na companhia dos seus padrinhos, mãe e alguns convidados da sua parte, encaminhavam-se para a igreja. Os pais continuavam à frente, seguidos pela noiva, ao meio dos seus padrinhos e, atrás de si, o noivo, na mesma posição. As mães não tinham lugar determinado. A maior parte das vezes, ficavam em casa a tomar providências. O casamento fazia-se de manhã e, de regresso, os noivos já vinham ao lado um do outro, acompanhados pelos respectivos padrinhos. Os pais, sempre à frente. À saída da igreja,(ao som do toque eufórico do sino), três ou quatro convidadas atiravam amêndoas para quem, de fora, estava a ver o casamento. Mulheres, cachopas e rapazes, ao desafio, apanhavam-nas do chão, a ver quem fazia o regaço maior.
Na semana anterior ao casamento, cada convidada casada oferecia à mãe um farnel, composto por massa, arroz, açúcar, farinha, grão, ovos, etc. e uma galinha. Os homens levavam um garrafão de vinho e uma garrafa de bebida fina. Durante toda a semana, bastante atarefadas, as mulheres faziam os preparativos para a boda: os bolos, o arroz-doce, matavam os animais e preparavam as carnes. A boda durava dois dias. A ementa era sempre a mesma: couve com grão, massa com galinha…mas surge, nesta altura, um prato novo, a juntar aos anteriores – carneiro guisado com batatas. Os doces sofrem um pequeno aumento. Ao Domingo, ou seja, no segundo dia de casamento, depois do almoço, fazia-se a “entrega da noiva”. De novo, em grande cortejo, a concertina a tocar, os noivos à frente, ia ver-se o sítio onde os noivos iam passar a viver. Aí, os convidados faziam fila e ordenadamente davam os parabéns aos noivos, pais e padrinhos, que se dispunham também em posições definidas. A noiva partia o bolo e oferecia aos convidados que retribuíam com uma oferta em dinheiro. As mulheres, neste momento, já não ofereciam nada, visto que o farto farnel, oferecido na semana anterior ao casamento, constituía a sua comparticipação. A “entrega da noiva” durava até à tardinha, depois de se ter realizado um animado bailarico. Umas horas antes da “entrega da noiva”, duas convidadas (por norma, raparigas), uma de cada parte, levavam à cabeça, pela rua, desde o local da boda até ao da “entrega”, o bolo da noiva e o bolo do noivo, em cestos de verga, descobertos, para que toda a gente os pudesse admirar. Os bolos, enfeitados e grandes, eram uma espécie de símbolos, colocados sobre a mesa, no lugar ocupado pelos noivos. Antes da ceia, quer no primeiro, quer no segundo dia, os homens tinham de libertar o espaço, para que as mulheres pudessem “fazer o serviço”. Assim, andavam de taberna em taberna, com o tocador e, aí, alguém pagava vinho e cigarros, de que todos se serviam. A noiva já evidenciava, nesta altura, alguns prenúncios de modernismo, no seu trajar. A saia, ainda pregueada, já só tapa os joelhos e o lenço da cabeça, em vez de amarelo garrido, verde ou cor-de-laranja, como anteriormente, passa a ser branco ou cor-de-limão, mas ainda de cachené. Nos pés, uns sapatinhos de “polimenta” (verniz). O cordão, as pregadeiras, os brincos “rabo-de-colher” rematam a compostura. Do fato do noivo, em termos tradicionais, já só se evidencia a camisa. Este deixa também de usar chapéu. A casa da boda era enfeitada com balões de papel, como os usados nas festas religiosas anuais. A década de 60 implanta, definitivamente, modas novas, em termos de vestuário, principalmente. No final da década, o fato da noiva, ainda de cor, de preferência, azul ou cor-de-grão, e de tecido fino (seda, tafetá, crepe ou sarjado) era composto por saia rodada, curta, e blusa da mesma cor. A saia já não era pregueada, a blusa justinha substituía o casaco e, na cabeça, uma mantilha branca. O noivo adopta as modas dos anos 60. Na transição dos anos 60 para os anos 70, o branco passa a ser a cor preferida para o fato da noiva, mas, ainda assim, é composto por duas peças (saia rodada, curta, e blusa). A noiva passa a ir à cabeleireira, não para cortar o cabelo, mas para elaborar um enorme carrapito, donde pendia o véu, até à altura da saia. Meias de vidro e sapatos ao gosto da época completavam o aspecto. Este foi o último fato de carácter etnográfico. Mas, se por um lado, em termos de aparência física, as tradições vão sendo substituídas pelas novidades, por outro, a festa do casamento ganha cada vez mais peso, à medida que o tempo avança e, nos finais dos anos 60, os casamentos passam a durar três e quatro dias, num entusiasmo ininterrupto. A “entrega da noiva” faz-se, agora, na maior parte dos casos, em casa da madrinha. Todos os convencionalismos que se desenham nos anos 50 ganham, nesta altura, uma solidez que parecia inabalável, de tal modo que o casamento de “fulana” ou “beltrana” era lembrado, durante muito tempo, nos trabalhos ou nas conversas domésticas. Comia-se, bebia-se, brincava-se e balhava-se, sem conta nem medida. Os dias eram “tirados” para isso e havia em quase todos os casamentos uma espécie de convidados certos que garantiam a animosidade do festim. O que acaba de descrever-se é apenas uma síntese que toca alguns dos aspectos peculiares do casamento tradicional, na Glória, ao longo dos tempos. Em jeito de conclusão, devemos também mencionar que não são raras, da parte de algumas informadoras, as exclamações: “o meu casamento não foi nada” ou “eu não tive casamento”. Estas devem-se ao facto de não se ter realizado a boda. Tal circunstância podia resultar de vários factores, como, por exemplo, a falta de posses ou uma situação de desgosto (luto ou outra) que tivesse marcado a família. Nos anos 80, surge a moda do restaurante e esfumam-se, assim, no tempo, hábitos, costumes e rituais, com toda uma carga simbólica, representativa de uma sociedade que durante muito tempo preferiu definir e respeitar as suas próprias regras, em função das circunstâncias, e de um modo de sentir muito sui generis.

Recolha de Rita Cachulo Pote (1999) Informadores: Mulheres de idades diversas Informadores Principais: (Ti Bárbara do João Modesto, Ti Gertrudes Luciana, João Guedes)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Estatuto de Pessoa Colectiva de Utilidade Pública

Após décadas de dedicação ao estudo, preservação e divulgação dos múltiplos aspectos que constituem a cultura gloriana, em que muitas centenas de glorianos tiveram a possibilidade de contribuir com o seu empenho, a Associação Rancho folclórico da Casa do Povo de Glória do Ribatejo vê reconhecido o esforço, bem como o papel relevante que a mesma tem desenvolvido, quer na própria comunidade, quer num seio mais alargado.
Esse reconhecimento traduziu-se na atribuição do Estatuto de Utilidade Pública, no passado dia 1 de Março, conforme se pode ler no diploma publicado no Diário da República.
A Associação encara esta atribuição com muita satisfação, mas reconhece de igual modo que este estatuto lhe exige responsabilidades acrescidas, em que todos os associados têm a sua quota de responsabilidade na resposta a essa exigência.



Despacho_3881_2011_0103_DUP_Rancho

quarta-feira, 2 de março de 2011

Participação do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Glória do Ribatejo no programa, Companhia das Manhãs, na SIC

No dia 28 de Fevereiro, o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Glória do Ribatejo participou no programa, Companhia das Manhãs, dedicado às tradições, na SIC.
A participação consistiu na recriação de um fandango de taberna e na apresentação de algum do artesanato da Glória.
O fandango de taberna era associado como um jogo, disputado entre os homens e ganhava aquele que fosse o mais criativo na execução dos passos.
Quanto ao artesanato, pode-se observar a singularidade dos trajes glorianos, destacando-se, na conversa, os lenços dos amores e as tocas dos bebés.
Todos os trajes, tanto o da mulher, como o dos homens e também das crianças, assim como de todo o enxoval, eram confeccionados pelas mãos das mulheres glorianas, que, numa época de escassos recursos, faziam dos trapinhos, verdadeiras obras de arte.
Com esta participação, o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Glória do Ribatejo sente que enriqueceu o programa televisivo e contribuiu, uma vez mais, com aquilo que é a sua principal missão - a salvaguarda e divulgação das tradições da nossa Glória.


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

No Mosteiro dos Jerónimos

A actividade do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Glória do Ribatejo não se restringe à época de Verão nem se limita à apresentação de danças, trajes e cantares. Mesmo que assim fosse, já não faria pouco. Ora pesquisando, ora reconstituindo, estudando, registando, este grupo espraia a sua actividade por múltiplos formatos que visam um objectivo comum - persistir na divulgação de uma cultura sui generis que expressa uma riqueza espiritual extraordinária.
Foi assim que no passado dia 27 de Janeiro, o grupo se deslocou ao Mosteiro dos Jerónimos, a fim de corresponder à solicitação da Associação para a Defesa do Património AHP- Aldeias Históricas de Portugal - de se tornar sócio patrono da mesma associação, a qual conta com a participação de algumas figuras ilustres do meio académico português.
O programa consistiu na reconstituição do casamento à moda da Glória, onde não faltaram os trajes característicos da ocasião, o ritual das amêndoas atiradas ao ar, o arroz doce e duas ou três modas do folclore gloriano. A originalidade do nosso modo de ser foi bastante apreciado (e fotografado) e estamos certos de que demos mais um pequeno passo para a valorização do património imaterial da Glória, que poderá ser uma forma de potenciar a terra em prol dos seus habitantes.
Rita Cachulo Pote